Chegou ao fim a temporada desportiva das Escolas B do Santa Clara. Envolvi-me neste projecto em Novembro, aceitando um convite que me foi dirigido pelo Domingos Viveiros, coordenador da formação, e pelo Luís Lobo, técnico principal deste escalão.
Confesso, e penso que já o disse, que não sabia bem o que me esperava. Com muitos anos de futebol, esta era a primeira vez que me via envolvido na Formação. Era um mundo novo. Como seria trabalhar com miúdos de oito, nove e dez anos?
A resposta assombrou-me sempre o pensamento. Com o tempo, fui aprendendo, em muito ajudado por quem me rodeava, muitas destas pessoas com já muitos anos desta Causa.
Para os menos atentos, digo que tive a sorte de trabalhar com alguém, refiro-me claro ao Luís, que em mim acreditou. Por vezes, surpreendeu-me a rédea solta que me deu. Gradualmente, fui-me sentindo uma parte importante deste projecto, mantendo, contudo, sempre presente aquele que era o meu lugar. Número dois, número três, director, treinador adjunto, bem, todas estas designações não passam de rótulos. O objectivo primordial era ajudar e só isso.
Sabia, e continuo a saber, qual o meu papel. Se, por vezes, poderá ter parecido que me estava a sobrepor ao treinador, digo, e reafirmo, que nunca tal me passou pela cabeça.
Talvez, e devido à paixão que coloquei no desempenho das funções que me concederam, por uma ou outra vez me tenha excedido naquilo que eram as minhas funções. Mas foi só por isto, garanto, e se com isso criei uma visão deturpada dos factos, desde já me desculpo.
Viro agora o disco. Habitualmente, escrevo à segunda-feira para relatar o jogo do fim-de-semana. Esta semana, não o farei. Perdemos, frente ao S. Roque A – uma das quatro melhores equipas deste escalão – mas saímos de cabeça erguida, conforme tínhamos pedido aos jogadores. Foi bonito, mais uma vez, ver a sua entrega ao jogo, a humildade e a forma como aceitaram o desenlace. A título de exemplo, refiro que, na eliminatória anterior, os “amarelos” tinham goleado um adversário de última época. Mais palavras para quê? Fomos grandes, à semelhança daquilo que sempre fomos ao longo do ano.
O final do jogo foi, no mínimo, arrepiante. O sentimento guardarei sempre para mim.
Agora sim, escrevo sobre o que aqui me traz hoje.
Uma palavra aos “meninos”, à “malta” como sempre os tratei. No final de todo este tempo, ganhei um conjunto de novos amigos. Nunca nada apagará isto.
Que gosto foi estar num grupo com o Rui, o João Cunha, o Gonçalo Cabral, o Gonçalo Gomes, o Tomás Botelho, o Hugo Laranja, o João Martins, o Henrique Farias, o Gustavo, o Lucas. Uma palavra ainda para aqueles que abandonaram, por uma razão ou por outra, o projecto. Francisco Jesus, Ronaldo Mendes e Iuri, também convosco foi um prazer estar e privar.
Todos estes meninos são diferentes uns dos outros, mas há uma coisa em que não diferem: o gosto pelo futebol. Foram meses e meses de treinos, de jogos, mas, mais do que isso, interessa sublinhar sim a parte humana: Hoje, penso que poderei dizer que fiz novos amigos, mais pequenos do que eu é verdade, mas excelentes amigos.
Os caminhos, provavelmente, dividir-nos-ão, mas nunca esquecerei qualquer um deles. A todos desejo a maior sorte do mundo. Com alguns, terei o prazer de continuar a trabalhar para o ano, conforme já sabem certamente. Com outros, não, embora hajam decisões que ainda estão para tomar. A ambição de uns, as necessidades do clube e até a idade ditarão leis.
Mas no final, digo: Foi muito bom estar com vocês. Obrigado pelo respeito que sempre por mim tiveram. Só revela a vossa boa educação. Souberam aceitar-me e por isso estarei sempre agradecido. “Malta” isto não é um adeus, é mais um “até logo”.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Que grande vitória
Desta feita, começo pelo fim: que bela vitória conquistámos no passado sábado em S. Roque. Um triunfo que nos permite continuar na Taça de S. Miguel.
Passemos então ao início. Foi bonito aquilo que vivemos, na manhã de sábado, no campo de S. Roque. Era um jogo de tudo ou nada, de mata/mata, como dizia o Scolari.
Vocês, meninos, sabiam-no e que boa resposta deram e que orgulho causaram em todos os que viram a partida e a quem, esta semana, teve a responsabilidade de liderar a equipa.
Contratempos não faltaram. O Tomás lesionou-se no início da semana de trabalho, obrigando a adaptações no conjunto a apresentar. Adaptações que, certamente, quem não nos conhece não deverá ter reparado, tal foi a resposta dos meninos que entraram. O Gonçalo Gomes, apesar do nervosismo inicial, cumpriu e bem. O João Cunha, qual guarda-redes adaptado a avançado, lá fez das suas, deixando a cabeça em água aos adversários. Os restantes, bem estes já nos habituaram àquela atitude que faz os campeões. Resultado disso, fizemos um jogão.
Entrámos compactos, seguros, com querer e vontade de vencer. Tinha de ser assim, se queríamos seguir em frente. Os sectores ajudaram-se uns aos outros. Sem atacantes e sem defesas, mas sim como um todo. É bonito quando assim é, até porque tinha sido isto a ser pedido.
Talvez não tenhamos sido tão brilhantes, como em ocasiões anteriores, mas o mais importante era ganhar. Apesar disto, voltaram a ver-se jogadas de fino recorte. A luta era árdua, até porque o S. Roque B não é uma equipa tão fraca quanto isso.
Depois do zero a zero ao intervalo, nas pequenas indicações dadas no período de descanso foi pedida uma entrada à campeão na segunda parte. A resposta, bem esta foi dada aos 30 segundos. Excelente jogada de combinação atacante, com o Lucas a finalizar. Talvez nervosos e ansiosos, recuámos. O S. Roque passou a ter mais bola e acabou por empatar.
Com o tempo a passar, temi o espectro dos penáltis, mas, mais uma vez, fomos uns senhores. Soubemos lidar com a situação e acabamos por marcar mais duas vezes, uma pelo Lucas e outra pelo João Martins.
A festa tomou então conta do campo de S. Roque, feita toda ela pelos nossos meninos. E foi bonita a mesma. Com respeito pelo adversário, pulámos, cantámos e agradecemos a quem nos ajudou a ultrapassar a eliminatória: a nossa incansável claque, composta pelos familiares dos nossos atletas.
Foi mais uma jornada grande para uma equipa que tudo merece. Pela humildade e pela forma como se esforça, fruto do trabalho liderado pelo Luís Lobo. Também para ele fica a vitória. Longe geograficamente, o Luís não esqueceu o jogo. Às 08h30 já ele me ligava a transmitir força. No final, ainda na festa, devolvi a chamada a dar a boa nova. A satisfação do outro lado da linha foi mais do que evidente.
Parabéns a todos.
Passemos então ao início. Foi bonito aquilo que vivemos, na manhã de sábado, no campo de S. Roque. Era um jogo de tudo ou nada, de mata/mata, como dizia o Scolari.
Vocês, meninos, sabiam-no e que boa resposta deram e que orgulho causaram em todos os que viram a partida e a quem, esta semana, teve a responsabilidade de liderar a equipa.
Contratempos não faltaram. O Tomás lesionou-se no início da semana de trabalho, obrigando a adaptações no conjunto a apresentar. Adaptações que, certamente, quem não nos conhece não deverá ter reparado, tal foi a resposta dos meninos que entraram. O Gonçalo Gomes, apesar do nervosismo inicial, cumpriu e bem. O João Cunha, qual guarda-redes adaptado a avançado, lá fez das suas, deixando a cabeça em água aos adversários. Os restantes, bem estes já nos habituaram àquela atitude que faz os campeões. Resultado disso, fizemos um jogão.
Entrámos compactos, seguros, com querer e vontade de vencer. Tinha de ser assim, se queríamos seguir em frente. Os sectores ajudaram-se uns aos outros. Sem atacantes e sem defesas, mas sim como um todo. É bonito quando assim é, até porque tinha sido isto a ser pedido.
Talvez não tenhamos sido tão brilhantes, como em ocasiões anteriores, mas o mais importante era ganhar. Apesar disto, voltaram a ver-se jogadas de fino recorte. A luta era árdua, até porque o S. Roque B não é uma equipa tão fraca quanto isso.
Depois do zero a zero ao intervalo, nas pequenas indicações dadas no período de descanso foi pedida uma entrada à campeão na segunda parte. A resposta, bem esta foi dada aos 30 segundos. Excelente jogada de combinação atacante, com o Lucas a finalizar. Talvez nervosos e ansiosos, recuámos. O S. Roque passou a ter mais bola e acabou por empatar.
Com o tempo a passar, temi o espectro dos penáltis, mas, mais uma vez, fomos uns senhores. Soubemos lidar com a situação e acabamos por marcar mais duas vezes, uma pelo Lucas e outra pelo João Martins.
A festa tomou então conta do campo de S. Roque, feita toda ela pelos nossos meninos. E foi bonita a mesma. Com respeito pelo adversário, pulámos, cantámos e agradecemos a quem nos ajudou a ultrapassar a eliminatória: a nossa incansável claque, composta pelos familiares dos nossos atletas.
Foi mais uma jornada grande para uma equipa que tudo merece. Pela humildade e pela forma como se esforça, fruto do trabalho liderado pelo Luís Lobo. Também para ele fica a vitória. Longe geograficamente, o Luís não esqueceu o jogo. Às 08h30 já ele me ligava a transmitir força. No final, ainda na festa, devolvi a chamada a dar a boa nova. A satisfação do outro lado da linha foi mais do que evidente.
Parabéns a todos.
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