segunda-feira, 17 de maio de 2010

Foi um prazer

Chegou ao fim a temporada desportiva das Escolas B do Santa Clara. Envolvi-me neste projecto em Novembro, aceitando um convite que me foi dirigido pelo Domingos Viveiros, coordenador da formação, e pelo Luís Lobo, técnico principal deste escalão.
Confesso, e penso que já o disse, que não sabia bem o que me esperava. Com muitos anos de futebol, esta era a primeira vez que me via envolvido na Formação. Era um mundo novo. Como seria trabalhar com miúdos de oito, nove e dez anos?
A resposta assombrou-me sempre o pensamento. Com o tempo, fui aprendendo, em muito ajudado por quem me rodeava, muitas destas pessoas com já muitos anos desta Causa.
Para os menos atentos, digo que tive a sorte de trabalhar com alguém, refiro-me claro ao Luís, que em mim acreditou. Por vezes, surpreendeu-me a rédea solta que me deu. Gradualmente, fui-me sentindo uma parte importante deste projecto, mantendo, contudo, sempre presente aquele que era o meu lugar. Número dois, número três, director, treinador adjunto, bem, todas estas designações não passam de rótulos. O objectivo primordial era ajudar e só isso.
Sabia, e continuo a saber, qual o meu papel. Se, por vezes, poderá ter parecido que me estava a sobrepor ao treinador, digo, e reafirmo, que nunca tal me passou pela cabeça.
Talvez, e devido à paixão que coloquei no desempenho das funções que me concederam, por uma ou outra vez me tenha excedido naquilo que eram as minhas funções. Mas foi só por isto, garanto, e se com isso criei uma visão deturpada dos factos, desde já me desculpo.
Viro agora o disco. Habitualmente, escrevo à segunda-feira para relatar o jogo do fim-de-semana. Esta semana, não o farei. Perdemos, frente ao S. Roque A – uma das quatro melhores equipas deste escalão – mas saímos de cabeça erguida, conforme tínhamos pedido aos jogadores. Foi bonito, mais uma vez, ver a sua entrega ao jogo, a humildade e a forma como aceitaram o desenlace. A título de exemplo, refiro que, na eliminatória anterior, os “amarelos” tinham goleado um adversário de última época. Mais palavras para quê? Fomos grandes, à semelhança daquilo que sempre fomos ao longo do ano.
O final do jogo foi, no mínimo, arrepiante. O sentimento guardarei sempre para mim.
Agora sim, escrevo sobre o que aqui me traz hoje.
Uma palavra aos “meninos”, à “malta” como sempre os tratei. No final de todo este tempo, ganhei um conjunto de novos amigos. Nunca nada apagará isto.
Que gosto foi estar num grupo com o Rui, o João Cunha, o Gonçalo Cabral, o Gonçalo Gomes, o Tomás Botelho, o Hugo Laranja, o João Martins, o Henrique Farias, o Gustavo, o Lucas. Uma palavra ainda para aqueles que abandonaram, por uma razão ou por outra, o projecto. Francisco Jesus, Ronaldo Mendes e Iuri, também convosco foi um prazer estar e privar.
Todos estes meninos são diferentes uns dos outros, mas há uma coisa em que não diferem: o gosto pelo futebol. Foram meses e meses de treinos, de jogos, mas, mais do que isso, interessa sublinhar sim a parte humana: Hoje, penso que poderei dizer que fiz novos amigos, mais pequenos do que eu é verdade, mas excelentes amigos.
Os caminhos, provavelmente, dividir-nos-ão, mas nunca esquecerei qualquer um deles. A todos desejo a maior sorte do mundo. Com alguns, terei o prazer de continuar a trabalhar para o ano, conforme já sabem certamente. Com outros, não, embora hajam decisões que ainda estão para tomar. A ambição de uns, as necessidades do clube e até a idade ditarão leis.
Mas no final, digo: Foi muito bom estar com vocês. Obrigado pelo respeito que sempre por mim tiveram. Só revela a vossa boa educação. Souberam aceitar-me e por isso estarei sempre agradecido. “Malta” isto não é um adeus, é mais um “até logo”.

1 comentário:

  1. Amigo Pedro,

    Tens que continuar com a "Malta" neste processo de formação no nosso clube. Pessoas com tu são necessárias, porque, para além da tua extrodináia força motivadora, és um espectáulo no banco lol. O vosso trabalho foi excelente e os frutos viram mais tarde. Ah!não faças caso se dizem que és mais interventivo que o Luís Lobo, se ele permite,é porque está tudo bem.

    Um grande abraço

    P.S Vou agora para Santo António, jogar os quartos finais da Taça de S.Miguel, contra o Operário.

    Medina

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