O empate a três bolas, na deslocação a Santo António, é o reflexo daquilo que hoje é um conjunto que sabe o que quer e que já pratica futebol de fazer vista.
As Escolinhas B do Santa Clara empataram, no passado fim-de-semana, frente ao Santo António A a três bolas. Um resultado que até tem de ser considerado positivo, mas que, para quem viu o jogo, deixa um claro amargo de boca.
Depois da excelente exibição protagonizada frente ao Sporting Ideal, os nossos “meninos” chegavam a Santo António convictos de que era possível “bater o pé” a um conjunto servido, mais uma vez, por atletas bem mais fortes fisicamente do que os nossos.
Da convicção à certeza de que era possível obter um bom resultado pouco tempo distou. Entrámos bem no jogo. Dominadores, trocando a bola e criando situações de golo junto dos jovens das Capelas que, atordoados, nem sabiam bem o que fazer para parar uma equipa que de “pequenina” só tinha o tamanho dos seus atletas.
Seguros defensivamente (Ronaldo a jogar atrás, pela sua experiência, transmite a segurança necessária), o meio-campo – Hugo, Henrique e João Martins – iam servindo o regressado Lucas. Atrás de todos eles, Rui estava bem na baliza, enquanto Tomás Botelho lá ia levando a água a bom porto, cortando alguns lances de perigo de forma destemida.
No entanto, novamente, desperdiçou-se oportunidades a mais.
Assim, e como quem não marca sofre, rapidamente nos vimos a perder por dois a zero.
De fora, vinham sinais de inconformismo, com a sempre incansável claque (composta pelos pais) a gritar como não houvesse amanhã. No banco, a equipa técnica liderada por Luís Lobo tentava motivar e levantar o ânimo dos seus jogadores. Gradualmente, e depois do choque que foram os dois golos, o Santa Clara recomeçou a jogar o seu futebol. Viram-se novas boas trocas de bolas, com os extremos a procurarem as linhas para cruzar, coisa que, ainda há poucas semanas, não se via.
Assim, acabámos por reduzir a diferença antes do intervalo, por intermédio de Lucas.
Na segunda parte, já com Gonçalo Cabral (sempre rápido e afoito) no lugar de Tomás Botelho, fomos em busca de virar o placard. Mais uma vez, as oportunidades foram surgindo, acabando por ser ingloriamente falhadas. Até que João Martins empatou o jogo. Grande festa vermelha em Santo António. Mas, os meninos não estavam satisfeitos e partiram em busca do triunfo. Lutaram, chutaram, demonstraram uma atitude a todos os níveis de enaltecer (quem diria que a maior parte deles ainda só tem oito ou nove anos) e conseguiram marcar, novamente por João Martins.
Estava feito. Era tempo de defender, mas aqui é que se viu como eles ainda são “meninos”. Motivados, em vez de recuarem e segurarem o resultado, foram em busca do quarto golo que acabou por não aparecer. Em vez disso, e num lance fortuito, e já depois de João Cunha (que substituíra Rui ao intervalo) ter evitado alguns golos do Santo António, os “azuis” lá empataram o jogo, resultado com que se chegou ao final.
Por terra, alguns dos nossos choravam tal era a frustração por não terem ganho.
Todavia, havia era motivos para festejar. É verdade que poderíamos ter ganho, mas acima de tudo, e aquilo que é mais importante, é que mais uma vez ficou demonstrado que esta equipa está já muito longe daquele conjunto de “meninos” que nem sabiam o que faz à bola. Hoje, eles jogam e dão-nos a certeza de que esta caminhada vale a pena.
Uma palavra ainda para a boa entrada em jogo de Gonçalo Gomes. Vê-se que o futebol está lá. Falta outra agressividade, é verdade, mas o Gonçalo vá lá chegar.
Termino com a frase que coloquei no título: “Estão crescidos os nossos ‘meninos’.” E que prazer isto dá.
Boa malta.
O Santa Clara alinhou de início com: Rui, Tomás Botelho, Ronaldo, Hugo, João Martins, Henrique e Lucas.
Jogaram ainda: João Cunha, Gonçalo Cabral e Gonçalo Gomes.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
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