Estamos na recta final do Campeonato de S. Miguel de Escolas. No passado fim-de-semana, cumprimos mais uma jornada desta autêntica maratona, qual corrida de meio fundo para meninos com idades inferiores a dez anos. A fadiga já é evidente em muitos deles, principalmente quando sentem que, por vezes, jogar bem não chega.
Frente ao Botafogo, voltámos a evidenciar toda a nossa evolução.
Já tive oportunidade de falar com algumas pessoas, não ligadas ao nosso grupo de trabalho e por isso desprovidas de qualquer paixão desmedida, que me disseram que a exibição voltou a ser de primeira água.
Claro que a expectativa em relação ao resultado era grande, principalmente depois do resultado conseguido na Ponta Garça. E, em condições normais – deixem-me dizê-lo – penso que, sábado, deveríamos ter ganho por três ou quatro bolas de diferença.
Responder-me-ão que o Botafogo até mandou três bolas à barra da nossa baliza. E nós, pergunto. Quantas oportunidades flagrantes tivemos? Inúmeras, respondo.
Começámos o jogo ao ataque. Com o Gonçalo Cabral e o Tomás a varrerem a zona defensiva com grande autoridade, Ronaldo, Hugo e João Martins davam cartas a meio campo, desempenhando (quase na perfeição) o que lhes tinha sido pedido no balneário. Na frente, o Lucas era um quebra-cabeças para os atordoados atletas do Botafogo.
O golo adivinhava-se. Jogadas de fino recorte técnico, com tabelas perfeitas entre os “meninos” mais adiantados, faziam antever algo de bom, corrijo, de muito bom.
No entanto, o golo tardava em surgir. Umas vezes por manifesta pouca sorte, outras pela ânsia que a bola entrasse, e a verdade é que chegámos ao intervalo empatados a zero.
Que injustiça, pensava eu, e toda a gente que assistia ao jogo. Que vontade tínhamos, no banco, de ajudar… enfim de empurrar a redondinha para além do risco final.
Já tínhamos mexido na equipa. O Henrique tinha entrado bem, e as mexidas tácticas em nada alteraram o ritmo do jogo.
Começava a segunda parte. A bola vai entrar, acreditava. Estamos a sufocar o Botafogo, dizia para dentro.
Todavia, o futebol é isto. Quem não marca, sofre. Foi o que aconteceu, quando, até então, nada o fazia prever. Um erro nosso, de todos (nesta equipa ganhámos todos e perdemos todos) e pronto, lá tínhamos de correr atrás do prejuízo. Foi o que fizemos, mas já mais com a cabeça do que com o coração. Continuamos a mexer, o Gonçalo Gomes e o Gustavo entraram bem – provando que este é um grupo cada vez mais equilibrado – mas não deu para virar o resultado. Pelo meio, ainda apanhamos alguns sustos, muito por culpa do nosso balanceamento ofensivo e assim terminou o jogo.
Não consigo esconder a tristeza. Não porque perdemos, afinal no futebol há três resultados possíveis, mas sim porque estes “meninos” mereciam ter recebido o prémio do excelente jogo que realizaram. Erraram aqui e ali, claro, é normal, mas fizeram por alcançar outro resultado.
Não faz mal. Estas coisas também nos deixam mais fortes e com vontade de continuar a trabalhar.
No final da época vamos dizer: valeu a pena este trabalho, e como valeu. Todos os sábados, já se vê esta evolução. Lembram-se deste grupo em Setembro. Eu lembro-me. Alguma vez pensaram que íamos terminar o campeonato na posição que ocupámos agora? Penso que muitos nem no melhor dos sonhos o terão feito.
Agora, como se diz na gíria, é bola para a frente. Sábado há mais. Em Água de Pau, frente ao Santiago, e no fim-de-semana seguinte já jogamos para a Taça de S. Miguel, frente ao S. Roque B, sempre em busca do melhor resultado, mas, acima de tudo, de mais uma bela jornada de convívio e amizade.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
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Caro Pedro,
ResponderEliminarA palavra desanimo não existe no nosso vocabulário. Eu vi o jogo e até comentamos no seu final. A equipa esta muito bem organizada, os miúdos sabem muito bem o que fazem, é um regalo vê-los o jogar. Fiquei bastante sensibilizado com o que me fizeram. Estava na bancada e vieram-me cumprimentar. O futebol tem destas coisas, uma equipa joga e a outra marca. Mas torno a repetir, estão mesmo no bom caminho e temos uma equipa com muito futuro que, vai dar muitas alegrias à nossa formação.
Um abraço
Medina