O jogo do passado sábado frente ao Santo António revelou uma equipa do Santa Clara ciente daquilo que queria. Numa partida em que se podiam inverter as posições entre ambos os conjuntos na classificação, fomos obrigados a jogar em casa do adversário, apesar do calendário indicar que seríamos nós a receber. Enfim, mais uma contrariedade que procuramos ultrapassar fazendo uso do querer dos nossos atletas.
Antes do jogo, e na conversa no balneário, sentia-se que os jogadores tinham uma vontade enorme de ganhar, atitude aliás que tem sido um denominador comum nos últimos jogos. No entanto, o querer às vezes não chega.
O início do desafio mostrou um Santa Clara determinado em ganhar, indo para cima do Santo António como se não houvesse amanhã. As jogadas saiam fluídas, com as oportunidades a acumularem-se. Não me lembro de termos, numa só parte, tantos pontapés de cantos a favor como tivemos sábado. Rematámos, cruzámos, lutámos, embora, por vezes, as coisas não nos tenham saído bem. Não obstante, sentia-se que o golo podia surgir a qualquer momento e que este só podia ser a favor do Santa Clara. Durante a primeira parte, o Santo António pouco futebol jogou, vendo-se mais uma vez o incómodo que vamos causando nos adversários. O futebol é, contudo, duro e, como se diz na gíria, "quem não mata, morre".
Foi o que veio a acontecer no segundo tempo. Depois de tanto tentarmos, acabamos por sofrer um golo, fruto de um erro defensivo. Neste momento, sentiu-se que dificilmente levaríamos algo de Santo António. A equipa ficou deveras marcada pelo tento sofrido e, pouco depois, consentiu novo golo ao adversário. Claramente "magoados" pelo infortúnio do jogo, os nossos "meninos" começaram a jogar mais com o coração do que com a cabeça. Apesar disto, ainda tivemos mais oportunidades mas, decididamente, não era o nosso dia. Fica a imagem de um conjunto recheado de atletas com enorme carácter, que adoram jogar futebol e que já sentem as derrotas de uma maneira que chega a doer a quem tem por missão contribuir para o seu crescimento.
Tinha dito antes do jogo: "aconteça o que acontecer, nada acaba aqui. Não vamos ser os melhores se ganharmos, nem vamos ser os piores se perdermos". Mantenho o que disse. Não se pode esquecer o que já fizemos de bom. No início da época, poucos acreditavam nestes meninos, excepção feita aos pais e a quem com eles trabalha. A expectativa mantém-se. Vamos obter uma classificação claramente melhor do que aquela que muitos esperavam. Por isto malta, cabeça levantada e vamos em frente. Sábado há mais e a época ainda nos vai trazer muitas alegrias. Acreditem. Eu acredito. Foi difícil sair de Santo António, mas agora já passou e há mais jogos pela frente.
terça-feira, 2 de março de 2010
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