segunda-feira, 29 de março de 2010

Que injustiça!

Dizer que o futebol é injusto é cair num lugar comum, até porque quando se fala em injustiça dever-se-á analisar vários factores. No entanto, confesso que já me tinha esquecido da dor que é perder um jogo de forma inglória. Já me aconteceu por mais de uma vez, mas já foi há um bom par de anos. Sábado voltei a sentir o amargo sabor deste sentimento e, confesso, não gostei, até porque o mesmo trouxe consigo uma enorme dose de frustração. Puxando a brasa para a nossa sardinha, devo dizer que o resultado mais justo teria sido uma vitória por três ou quatro bolas de diferença, tal o caudal ofensivo e a qualidade de jogo que voltamos a evidenciar.
Recuando, sabíamos de antemão que o Santiago não era fácil. A equipa de Água de Pau tinha vencido o Botafogo por nove a um, o que indicava claramente que o jogo seria tudo menos favas contadas, apesar de acreditar piamente que o podíamos vencer.
Infelizmente, no sábado, tivemos mais um adversário: o tempo. Sabe-se que, devido à fragilidade dos nossos “meninos”, a chuva e o vento complicam ainda mais a situação, e a verdade é que tal se voltou a verificar.
No entanto, apesar disto a nossa equipa foi grande em tudo. Foi enorme em entrega, grande em atitude e querer, e “monstruosa” ao nível da qualidade de jogo, à semelhança aliás do que tinha acontecido, na semana anterior na Ponta Garça.
Conclusão: não vencemos porque, definitivamente, não era o nosso dia.
Assim de cabeça, e para não estar a contar o filme do jogo todo, lembro-me de quatro ou cinco oportunidades claras de golos, duas das quais tiradas em cima da linha fatal, por jogadores do Santiago.
A equipa voltou a jogar como um todo, embora, de quando em vez, tenham havido alguns excessos de individualismo, talvez fruto do querer, a todo o custo, chegar à vantagem. Quando isto acontece, por vezes tenta-se resolver sozinho, o que o colectivo não consegue. Por isto, até se perdoam algumas falhas em momentos que, com outra leitura, poderiam ter tido outra conclusão.
No todo, todavia, a exibição voltou a ser de gala. Os sectores voltaram a funcionar bem, com trocas de bola seguras e feitas em progressão, o que deixava os adversários completamente à nora.
No entanto, como se diz na gíria: quem não marca, acaba por sofrer. Foi o que acabou por acontecer. Perto do final, num livre a meio campo, o jogador do Santiago enviou um balão para a nossa área. O acumulado de jogadores e o facto do esférico se encontrar escorregadio fizeram o resto. Sem nada fazer por isso, o Santiago estava na frente, sem saber ler, nem escrever.
Até ao final, ainda apertamos, lutamos, chutamos, cruzamos, mas de nada valeu. O resultado estava feito e resultava numa enorme injustiça para quem, à chuva e ao frio, tanto lutou para vencer.
Estão de parabéns os nossos “meninos” que nunca desistiram e deram mais uma enorme demonstração de valor e querer. Disse, e volto a dizer: com esta atitude, a felicidade estará sempre mais perto.
Meninos, não baixem a cabeça. Continuem a trabalhar, porque – acreditem – o que estão a fazer está a ser reconhecido por todos, mesmo por muitos elementos exteriores ao clube que representam.
O eco do vosso trabalho está a chegar longe!

O Santa Clara jogou com: Rui Oliveira, Tomás Botelho, Ronaldo Mendes, Hugo Laranja, João Martins, Henrique Farias e Lucas.
Jogaram ainda: João Cunha e Gonçalo Cabral.
Não jogou: Gustavo

2 comentários:

  1. Nos nossos dias o desporto é cada vez mais encarado com seriedade.
    Interessa por isso sensibilizar os jogadores e dar-lhes formação necessária para que possam infrentar os crescentes desafios do mundo do desporto.
    Não é só dar a pancadinha ou o elogio, é também criticar e berrar quando for preciso.
    Os jogadores desde pequenos têm de estar preparados e adaptados ás diferentes exigências de cada escalão.
    Penso que estes miúdos t~em tido do melhor por parte do treinador e de quem com ele colabora.
    O resultado está à vista.
    Futebol de qualidade, do melhor!
    Parabens a todos!

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  2. Tive o prazer de ver a segunda parte e até metia pena. Tanto esforço, tanta atitude, tanto bom futebol praticado e a sorte nada com os putos. Houve momentos que me apeteceu calçar as chuteiras e ir ajuda-los... Grande jogo e grande trabalho que estão a realizar.

    Medina

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